Editorial do Draft Brasil sobre as eleições da CBB

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Publicado em: 11/04/2009

Não é do caráter do Draft Brasil a publicação de editoriais. A começar, porque não formamos um corpo homogêneo, já que, em verdade, é nas diferenças que conseguimos avançar no debate em relação ao basquete. A urgência do momento, no entanto, exige que tomemos uma posição sobre as eleições da CBB.

É por isso que, dado o cenário eleitoral para o posto de presidente da casa do basquete nacional, publicamos esta carta para avisar que não só não apoiamos qualquer dos candidatos que aspiram tal poder como queremos garantir que repudiaremos e lamentaremos o resultado das eleições que acontecerão nos próximos dias.

Sabemos que nem Grego nem troianos estão muito preocupados com isso. A nossa capacidade de influência sobre os votantes é a mesma que zero. Aliás, a nossa capacidade de influência sobre as medidas tomadas pelos que lideram o basquete brasileiro é inferior a zero.

A decisão parece se encaminhar entre duas alternativas: a continuação de Grego, ou a continuação de Carlos Nunes. Há ainda um azarão: o atual presidente da Federação Paulista, Toni Chakmati. O primeiro, é responsável pelo fracasso e decadência do basquete brasileiro da última década. Já o segundo, a “alternativa”, está no cargo de presidente da Federação Gaúcha há 15 anos e, embora tivesse o tempo suficiente para projetos à longo prazo, não trouxe nenhuma iniciativa inovadora, o que colaborou com o absoluto insucesso que o importante estado da federação apresenta na modalidade. O terceiro ancora seu saber competente no modo de administrar o “melhor basquete do país”, como se fosse ele o criador da incrível tradição da modalidade no interior paulista.

Infelizmente, parece-nos que qualquer uma das opções é continuísmo do fracasso. Todos eles estiveram muito próximos de Grego ao longo deste fracassado mandato. Carlos Nunes esteve com o atual presidente na CBB de 1997 a 2008. Já Toni, além de tê-lo apoiado outras vezes, notabiliza-se por ter sido um dos responsáveis pela perpetuação do “dirigente Olimpíada-Zero” quando em 2005 votou em Grego apesar de ter prometido o voto a Hélio Barbosa (depois explicou que a promessa era em tom de brincadeira!!!).

Basicamente, os discursos são “ainda não tive tempo de completar o meu trabalho”, de um lado, e “rompemos com o continuísmo”, de outro. Contudo, na prática, ninguém menciona sequer um projeto minimamente tentar. O que significaria, apenas para citar um exemplo, o “ser contra as reeleições indefinidas” de Carlos Nunes, sem que um forte compromisso seja firmado? Neste caso, certamente não será a sua história à frente da federação gaúcha, cuja data das eleições presidenciais foram alteradas apenas para aguardar o desfecho eleitoral na CBB.

O que dizer do atual presidente? Até quando testará qual é o fundo do fosso, ou melhor, da fossa em que meteu o nosso basquete?

Como o Draft Brasil não acredita em “menos pior”, ou pelo menos não crê que algum dos candidatos é “menos pior” o suficiente, apontamos, desde já, nosso profundo desagrado com as camadas dirigentes do basquete no país, estendendo a crítica à lamentável ineficiência da presidência da LNB em questões básicas como independência e ampliação da cobertura.

Um movimento realmente inovador deve partir dos clubes, pequenos e grandes, que, em vez de se contentarem com migalhas de suas federações, reelegendo projetos natimortos, deveriam exigir a criação de uma estrutura que dê corpo e longevidade a uma nova estruturação que passe desde à base e caminhe ao profissionalismo.

A falta de alternativas que se mostra presente é não só fator, como sintoma fundamental da tragédia da nossa modalidade. O cenário que se pinta é tão tenebroso quanto o nosso passado recente.

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