‘Shock(ers) the world!’

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Publicado em: 23/02/2014

Com metade do mês de fevereiro já transcorrido, o mundo da bola laranja vai se aproximando do 1º momento mais aguardado da temporada: o início das finais do basquete universitário norte-americano. Este ano, o ingrediente principal será a presença de jogadores que prometem transformar o Draft da NBA em um dos mais aguardados e badalados dos últimos 10 anos (os mais eufóricos afirmam que será a melhor noite de recrutamento de todos os tempos).

Porém, quem está perto de escrever uma pequena história nesta temporada da NCAA é uma universidade, digamos, ainda sem “pedigree”, mas que não é uma anônima qualquer. Falo de Wichita State, que na temporada passada foi a cinderela encrenqueira que passeou pelo March Madness (chegou até o Final Four onde caiu diante da campeã Lousiville) e está a 4 jogos de se tornar a 1ª equipe da década a entrar invicta no mata-mata. Os Shockers venceram seus 27 jogos até aqui (14 dentro da conferência, a Missouri Valey).

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Os torcedores dos Shockers estão ansiosos para ver se Wichita St. entrará invicta no NCAA Tournament.

Localizada na cidade homônima, a maior do estado do Kansas (Kansas City, apesar do nome, fica no Estado do Missouri), Wichita State, mesmo com a campanha irrepreensível, ainda não é uma unanimidade nos EUA. Aliás, passa longe disso.

O jornalista Vahe Gregorian, do jornal Kansas City Star, em um artigo que fala sobre a pouca atenção que os Shockers recebem, foi certeiro: “Eles ainda estão no limbo”.

Na semana passada, Ken Pomeroy, criador do site Kenpon, especializado em estatísticas do basquete universitário (e que classifica Wichita St. como a 11ª melhor do país) em sua conta do Twitter, teceu alguns comentários sobre a dificuldade que Wichita St. estava tendo para bater Southern Illinois, um time que não é considerado lá um primor. Alguns fãs de Wichita St. acharam que estava havendo menosprezo, desrespeito, etc, e pronto: estava criado um pequeno mal estar. Lá como cá, não falar bem do time alheio dá problema. No último domingo, Pomeroy deu algumas palavras ao jornal Wichita Eagle, onde mencionou alguns pontos positivos dos Shockers. Uma espécie de acordo de paz.

O ala Cleanthony Early, dono de médias de 16,2 pontos e 6,3 rebotes por partida, foi o mais destacado. “Ele é um jogador muito produtivo no ataque, pois possui uma eficiência ofensiva (pontos produzidos a cada 100 posses de bola) alta mesmo sendo um jogador que não dá muitas assistências. Early é claramente um jogador decisivo”. O armador Fred Van Vleet, médias de 11,9 pontos, 5,2 assistências e dono de taxa de erros (desperdícios a cada 100 posses que o jogador finaliza) de apenas 14%, “muita baixa para alguém da posição” segundo Pomeroy e o ala Ron Baker (13,4 pontos/jogo) foram outros que receberam elogios. Pomeroy também deu uma afagada no ego do time, ao dizer que “o que mais chamava a atenção era como a equipe era balanceada”. De fato, são 9 jogadores atuando mais de 10 minutos e 4 com média superior a 10 pontos e 5 jogadores entre os 10 com as maiores eficiências ofensivas da conferência.

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Uma eliminação precoce de Wichita St. no March Madness pode trazer consequências ruins para a escolha do ala Cleanthony Early no Draft da NBA.

A contradição foi que o técnico Gregg Marshall, no comando do time desde a temporada 2007/2008, e que não dá a mínima para as estatísticas avançadas de Pomeroy – “talvez meus assistentes, mas eu não uso” – foi mais duro que o estatístico em relação ao desempenho de seus comandados. “Apenas sobrevivemos. Nossa nota foi um C-“.

Repeteco: Ranqueada na 3ª posição tanto pela Associated Press, quanto na escolha feita pelos técnicos, os Shockers podem repetir o roteiro escrito pela Universidade de Gonzaga na temporada passada: pertencer a uma conferência fraca, realizar uma campanha excelente na fase de classificação, entrar em seu quadrante como a principal cabeça de chave sob olhares desconfiados e não ir muito longe no mata-mata – Gonzaga caiu na 2ª rodada, ao ser batida exatamente por Wichita.

Será que dá?: Em relação ao elenco do ano passado, as perdas mais significativas foram o armador Malcolm Armstead (10,6 pontos, 4,0 assistências e 1,9 roubos) e o ala Carl Hall (12,6 pontos e 6,8 rebotes). O curioso foi o destino dos jogadores. Armestead foi parar na Eslovênia, onde defende o KRKA Novo Mesto, enquanto Hall está no Japão onde defende o Hagoyo Storks. Será que tentar trazer caras como estes para o NBB não seria uma boa alternativa? Um lembrete: Cleanthony Early está em sua última temporada universitária e não deve passar nem perto de ser recrutado – segundo o Draft Express, ele seria o 100º escolhido da turma de 2014. Será que pelo menos uma consulta não valeria a pena?

Sem fama: Se a Universidade de Kansas tem em seu elenco o badalado Andrew Wiggins, Wichita St. conta em suas fileiras com o irmão mais velho do canadense, Nick Wiggins, que está em seu último ano de universidade e ostenta uma média de 5,3 pontos em 15,4 minutos.

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