Pra galera que curte jogos de tênis: já ouviram falar desse tal de Tennis Elbow? É totalmente patcheado, a jogabilidade é ótima e o game tem menos de 200mb!
O melhor game de tênis da história (e você nem sabe que ele existe)
Você é fã de tênis, mas acha que o esporte nunca mais foi reproduzido com fidelidade nos consoles? Bem-vindo à minha vida. A boa série Smash Court foi aposentada em 2007, o bem bolado Grand Slam Tennis 2 foi lançado com falhas graves (onde já se viu Djokovic e Nadal batendo backhand com uma mão só?), e Top Spin 4, talvez o preferido entre os gamers, é péssimo na movimentação dos jogadores, dando uma sensação de artificialidade às partidas. Eu poderia escrever linhas e linhas sobre as falhas de cada game do mercado, mas não é o ponto aqui (quem se interessar por alongar o debate pode entrar em contato comigo). O fato indiscutível é que nenhum game feito para Wii, PS3 ou XBOX satisfaz totalmente um fã de tênis.
Qual é a solução, então? Ela está num desconhecido e descomplicado site francês, tem nome esquisito e você pode fazer o download em menos de 5 minutos (são 40 MB na versão para Windows e 50 MB para Mac e Linux). O melhor e menos divulgado game já criado para a modalidade chama-se Tennis Elbow (mesmo nome de uma lesão bem comum entre tenistas amadores) e custa, na versão completa, US$ 24,95. Parece bom demais para ser verdade, mas é.
O cético, a esta altura, vai perguntar como um game de 50 MB tem gráficos que justifiquem a comparação com DVDs, Blu-Rays e até o modo 3D de Top Spin4. A resposta é que Tennis Elbow tem um visual bom o bastante. Não, você não vai ver a cueca (o que é ótimo!) que Rafael Nadal ajeita antes de cada ponto nem vai notar quantos fios de cabelo Bruno Soares perde entre cada Grand Slam, mas o mais provável é que você não sinta falta de nada disso. Como a câmera está quase sempre no alto, no mesmo lugar das transmissões de TV, você não vai precisar ver os jogadores tão de perto. E o mais importante, que é a movimentação dos jogadores, é impecável no game.
O temível Federer Forehand, golpe que merece caixa alta, a laçada do forehand de Rafael Nadal, o pé direito no alto após cada saque de Andy Murray. Todos movimentos famosos e característicos dos grandes nomes são reproduzidos fielmente por Tennis Elbow. E não é só isso. No game, a dinâmica de jogo é idêntica à do circuito mundial. A velocidade das trocas de bola, a necessidade de conseguir profundidade em todas as bolas, a dificuldade de subir à rede com sucesso, a importância de encaixar um primeiro saque. Está tudo ali, como tem que ser, como acontece na vida real.
Vamos, então, aos modos de jogo. Aqui não tem minigame para você derrubar pinos de boliche com uma bola de tênis ou tentar acertar meia dúzia de saques em cima de garrafas de Hoegaarden. Tennis Elbow tem um modo treino, um modo World Tour e só. E ouso dizer que 50% da graça do jogo está na profundidade do circuito mundial, mas já chego lá. Antes, você precisa decidir se vai criar um jogador ou se vai começar com algum tenista existente – neste caso, você entra em uma das temporadas da época dele. Com Andre Agassi, por exemplo, você joga entre 1990 e 2006. Com Guga, entre 1996 e 2008.
Um dos baratos é a lista de jogadores brasileiros que você pode escolher: tem desde os famosos Guga, Meligeni, Bellucci, Sá, Soares, Marcelo Melo, Mattar, Motta, Oncins e Saretta até os desconhecidos Gustavo Guerses e Filipe Brandão. Tem até Luiz Miotto, que nunca venceu mais do que dois games em uma partida durante sua curta carreira profissional. Há outros brasileiros no game, mas esses você não pode controlar. Meu ídolo Marcos Daniel, por exemplo, está lá.
Tennis Elbow - calendário
Depois de escolher ou criar o tenista, chega a hora de escolher onde jogar, e é aí que Tennis Elbow fica realista de uma maneira insana. O calendário tem com Futures, Challengers, ATPs 250, 500, 1000, Grand Slams, Copa Davis e ATP Finals. Future F2 no Quênia? Tem! Challenger de Belém? Também tem! Cada torneio com seu piso e com uma lista de inscritos que faz sentido. Ou seja, espere ver David Ferrer no saibro e Jo-Wilfried Tsonga em quadras duras. E se você começar uma carreira do zero, prepare-se para disputar qualifyings de Futures. Tudo como na vida real.
Com tanto realismo, é difícil de acreditar que seja um game tão pouco conhecido, mas a verdade é que Tennis Elbow passa tão fora do radar que ousa usar nomes reais sem pagar pelas licenças. E não é só isso. Quem vai ao fórum do game encontra facilmente patches e mods (recomendo o Sam’s ATP Megapatch, usado no vídeo acima). E o programador de Tennis Elbow está sempre por lá, dando dicas e até estimulando as modificações.
Parece bom demais para ser verdade, sempre achei isso. Mas Tennis Elbow é assim mesmo, fantástico na sua capacidade de descomplicar o esporte. E se você experimentar e gostar, faça como eu: espalhe só para os amigos íntimos (como os leitores aqui do Esporte Fino). Se gente demais ficar sabendo, estraga a brincadeira.
Sem ir na toalha (para ler em até 20 segundos):
Davis Cup World Tour – Prometo não escrever demais sobre tênis aqui. No entanto, como estivemos em época de Grand Slam e Copa Davis, acho que a hora foi oportuna. E vale o que escrevi lá em cima: quem quiser debater os méritos e falhas de qualquer outro game de tênis, basta escrever nos comentários.
- Após um fim de semana de Copa Davis, é bom lembrar um dos clássicos dos games de tênis: Davis Cup World Tour, para o Sega Genesis (ou Mega Drive, como queira). Não era o melhor dos jogos, mas uma característica lhe dava charme próprio: a opção de reclamar com os árbitros de cadeira. E não eram queixas totalmente em vão, só para dar uma gracinha à partida. Algumas vezes, o árbitro mudava a marcação a seu favor. Mais legal ainda: quem reclamasse muito levava advertência. Os insistentes eram punidos com a perda de um ponto, de um game e até do jogo, seguindo a regra à risca. Coisa rara.